Se
queres ser um trapo nas mãos de Deus...
A
vocação religiosa é uma coisa evidentemente boa e que não precisa nem de
iluminação nem de Conselho. A vida religiosa não é própria de quem já é
perfeito, mas de quem deseja ser tal.
Se
tu, portanto (...) desejas sinceramente eliminar as tuas imperfeições, negar a
ti mesmo, amar a Deus e ao Papa sem medida e consagrar-te todo a servir à
Igreja e ao Sumo Pontífice, se desejas defender a sua doutrina e a causa da
liberdade, de até dar pela Igreja não só tudo o que tens, mas também desejas
fazer de ti o seu último servo e escravo, na Inteligência e no coração, na vida
e na morte, por amor de Jesus Cristo; se desejas consumir-te por ela com todo o
amor de um filhinho para com sua mãe, então é sinal de que és chamado a
pertencer a esta pequena e paupérrima Congregação, que é o trapo de Nossa
Senhora e da Santa Igreja de Roma.
Portanto,
deves ser um trapo e refletir bem que a nossa Congregação é a Congregação dos
esfarrapados de Deus.
Sabes
para que servem os trapos?
Com
os trapos se tira o pó, limpam-se e esfregam-se os pavimentos, tiram-se as teias
de aranha e limpam-se com eles os trabalhos mais vis e mais humildes.
Pois
bem, se queres ser um trapo de Deus, um trapo sob os pés de Deus, sob os pés
imaculados de Maria Santíssima, se queres ser um trapo sob os pés benditos da
Santa Madre Igreja e nas mãos de teus superiores: este é o teu lugar. Nós somos
e não queremos ser nada mais, afinal, que pobres trapos e, sem metáfora, pobres
trapos no sacrifício total de nós mesmos quer exteriormente quer na vida
interior, de sacrifício, de intelecto, de raciocínio e de todo o nosso ser. (Lvr. Nos passos de Dom Orione, pg.290).